segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu tenho um sonho

O Teatro é desde que me lembro um grande amor na minha vida.

Gosto enquanto espectadora e adoro enquanto participante / actriz de um projecto. É das actividades que tenho a que mais me fascina, que mais me encanta, que mais me atrai... que mais me enche!
O ranger de um palco, o nervoso antes de cada espectáculo e a contracena são as coisas que mais me atraem e fascinam nesse Mundo fabuloso.
Costumo dizer que ninguém faz teatro com "jeitinho". Sem trabalho e muito estudo não se consegue fazer nada. Não basta decorar um texto; temos que conseguir interpretá-lo com as palavras, com o corpo, com o olhar...
Até parece muito fácil! Quando vamos a um espectáculo e vemos da plateia a Carmen Dolores a ser fabulosa, ou quando vamos ao cinema e vemos uma actuação quase perfeita de Juliette Binoche, pensamos (ou pelo menos eu penso) que parece fácil e que só nos falta a oportunidade.
Erradissimo!!!
Para conseguir ser bom em qualquer coisa, incluindo na arte da representação, é preciso muito trabalho, muito esforço e também muita formação, direcção e aconselhamento. Por isso faço, sempre que posso, Cursos e WorkShops que me consigam dar algumas ferramentas para que o meu esforço pessoal seja cada vez menor.
O ano passado, no Verão, decidi que queria fazer um outro Curso, desta vez mais longo e extenso. Não estava a fazer nada (teatralmente falando, claro) e pensei que seria o melhor momento para mais uma aventura. Para além do aspecto pedagógico e de aprendizagem, é sempre muito bom conhecer outras pessoas que têm o mesmo objectivo e que querem aprender e divertir-se com as actividades teatrais.
Procurei várias escolas e espaços e optei pela InImpetus; uma escola que não conhecia mas que me pareceu que concorria para os meus objectivos.
Comecei em Outubro e comigo estavam mais 30 alunos. Fiquei muito espantada com tanta gente, mas depressa se foram indo embora por motivos vários. Agora somos cerca de 20 (muitos foram chegando), mas a assiduidade não é o ponto forte do grupo. É tudo malta nova e cheia de entusiasmo e expectativa. Isso é muito bom. Eu gosto, pelo menos.
O curso é, de alguma maneira, muito intenso mas pouco efectivo. Ou melhor, tem muitas horas de aulas mas algumas são muito iguais e com os mesmos objectivos. Do ponto de vista prático, e no que me diz respeito, não tem sido muito aliciante mas tenho-me mantido com a esperança que vá melhorar.

Agora estou indecisa! Ultimamente não me tem agradado o ambiente. De alguma maneira, e confesso que não sei porquê, julgam-se os trabalhos dos colegas. Acho engraçado como também aqui há preconceito. Sempre associei o preconceito a raça, religião ou orientação sexual, mas impressiona ver como o preconceito se manifesta em outras vertentes e, mais chocante, em jovens com alguma chamada "cultura".
Só porque outro alguém não interioriza o exercício da mesma maneira ou não o faz do mesmo modo "elevado" que a "maioria" acha que tem que ser, é motivo de chacota. Não vos faz lembrar nada? A mim faz, infelizmente. E isso chateia-me, mas chateia-me a sério. Essa agora!!!



Cada vez que parece que a discriminação está em vias de extinção, ela acontece de outro modo, com outra cara, com outra farpela. 


Eu tenho um sonho. 


Sonho que vejo renascer outro Martin Luther King e que vai começar tudo outra vez! É mais um pesadelo, que outra coisa!

domingo, 30 de janeiro de 2011

A IBM faz 100 Anos! Parabéns IBM!



A IBM faz 100 anos este ano. 
Este vídeo mostra bem o caminho que a IBM percorreu neste tempo. Não só na tecnologia mas também nos valores que manteve e que continua a manter.


Sou IBMer e continuarei a sê-lo sempre, esteja onde estiver!



domingo, 23 de janeiro de 2011

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os Globos de Ouro - texto de Jorge Mourinha

Muito bom texto do Jorge Mourinha sobre a "pantominice" dos Globos de Ouro.
Como serão os Oscares? Iguaizinhos a si próprios, certamente.


19/1/2011

Os Globos de Ouro gostam mesmo do Facebook?
2011 vai ficar para a história como o ano em que os Globos de Ouro foram finalmente revelados publicamente como irrelevantes - e o ano em que (se calhar por causa disso...) geraram mais interesse do que nos seus anteriores 67 anos E que o diplomático vencedor da noite tenha sido A Rede Social, o controverso e aclamado filme de David Fincher sobre o nascimento do site Facebook e a ascensão vertiginosa do seu criador Mark Zuckerberg, parece ser perfeitamente apropriado a um ano depois do qual dificilmente os galardões continuarão como até aqui.
Um ano francamente difícil para a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, cuja centena de membros, jornalistas internacionais sediados em Los Angeles, votam nos Globos. Primeiro, as nomeações 2011 trouxeram muita perplexidade e não poucas gargalhadas, com a presença entre os nomeados do musical Burlesque, com Cher e Christina Aguilera, arrasado pela crítica e longe de ser um sucesso de bilheteira, e de Johnny Depp, citado duas vezes para melhor actor de comédia ou musical por Alice no País das Maravilhas e O Turista - filmes que não são nem comédias nem musicais.
A irrelevância destas nomeações, confirmando o rumor de que muitas vezes os nomeados são escolhidos pelo seu factor de celebridade mais do que pelo seu talento ou qualidade, foi ampliada por dois mini-escândalos que vieram colocar a Associação na berlinda. O grupo processou a Dick Clark Productions, que produz anualmente a cerimónia televisiva e que alegadamente teria tentado renegociar os direitos de transmissão com a cadeia NBC à revelia da associação. Ao mesmo tempo, Michael Russell, ex-relações públicas da cerimónia, veio processar a entidade por considerar ter sido despedido sem justa causa, depois de ter levantado reservas a transacções obscuras entre estúdios de Hollywood e membros da associação (alegadamente com vista à compra de votos em filmes específicos).
Não espanta por isso que a cerimónia de 2011 tenha sido particularmente desconfortável. Ricky Gervais, o comediante inglês que apresentou os Globos pela segunda vez, lançou uma série de piadas ácidas à volta das polémicas que "arrefeceram" o ambiente na sala, caíram mal junto da organização e quase garantem que não voltará a ser convidado. Mas também Christian Bale, ao agradecer o prémio de melhor actor secundário, e Robert de Niro, que recebeu um prémio de carreira, não se coibiram de lançar indirectas à associação. (Não por acaso, ambos são conhecidos pela falta de paciência para o jogo da promoção.)
Talvez para compensar toda a turbulência que rodeou a cerimónia, as escolhas dos votantes foram essencialmente opções seguras que vieram confirmar os "favoritos" para os Óscares que têm emergido nos últimos meses.
Natalie Portman, bailarina em colapso em Cisne Negro, e Colin Firth, improvável rei de Inglaterra a precisar de tratar a sua gaguez em O Discurso do Rei, levaram como se esperava os prémios de representação dramática; nas categorias secundárias, Bale e Melissa Leo, pelo drama de boxe The Fighter, também não surpreenderam. Annette Bening foi melhor actriz de comédia por Os Miúdos Estão Bem, igualmente vencedor do prémio de melhor filme de comédia ou musical; o seu equivalente masculino foi Paul Giamatti, por Barney"s Version (que, já agora, também não é uma comédia).
Verdades relativas
Surpresas, ainda assim, houve algumas. Primeira: a completa ausência dos nomeados de Indomável, o western dos irmãos Coen com Jeff Bridges, Josh Brolin e Matt Damon, que tem dividido a crítica mas se tornou no maior sucesso comercial da dupla até hoje. Segunda: a vitória na categoria de melhor telefilme ou mini-série de Carlos, do francês Olivier Assayas - esta biografia do terrorista Carlos, o Chacal, foi efectivamente produzida para televisão mas tem sido mais vista em cinema, inclusive nos EUA.
A maior surpresa, pela enorme ironia que manifesta, é a vitória de A Rede Social, que arrecadou os prémios de melhor filme dramático, melhor realizador e melhor argumento. Vitória por um lado previsível, por ser o grande filme de prestígio que Hollywood estreou em 2010, mas por outro algo atípica para os Globos. Porque este é um filme sem estrelas, sem espectáculo, sem glamour de espécie nenhuma, cujo herói é um universitário arrogante que se fecha horas a fio a escrever código informático. Inspirado por um livro de Ben Mezrich sobre a história de Eduardo Saverin, que fez parte da equipa inicial do Facebook antes de ter sido afastado, A Rede Social não contou com a colaboração nem com a aprovação oficial de Zuckerberg - apesar de a empresa ter sido mantida permanentemente informada da produção do filme e o produtor Scott Rudin ter inclusive mostrado o guião e uma primeira montagem a executivos do Facebook.
Zuckerberg recusou-se a ver o filme e não se coibiu de lhe chamar "uma obra de ficção", no que foi coadjuvado por David Kirkpatrick, autor de um livro "oficial" sobre a história do site, que acusou A Rede Social de ser quase inteiramente inventado e "horrivelmente injusto". Confrontado com o interesse gerado pelo filme, pelo seu triunfo junto da crítica e pelo seu assinalável sucesso comercial (que não era um dado adquirido à partida), Zuckerberg (que chegou a oferecer uma sessão do filme aos seus empregados) optou por ignorá-lo. Se alguns acharão que "quem cala consente", outros compreenderão que o filme não é tanto um ataque ao fundador do site como, nas palavras do produtor Scott Rudin, um filme sobre o modo como não há uma verdade absoluta mas várias verdades relativas.
O guionista Aaron Sorkin (autor de Uma Questão de Honra e criador da série televisiva Os Homens do Presidente), aliás, disse publicamente que se baseou mais nas transcrições das audiências dos processos legais que servem de motor ao filme do que no livro de Mezrich, e que nada o movia contra o fundador do site. E nada disto o impediu de, ao receber o Globo de melhor argumento, agradecer a Zuckerberg como "um grande empresário, um visionário e um altruísta incrível".
Diplomático? Certamente. Hollywood é perita nisso. E é por aí que se descobre a ironia enorme da vitória de A Rede Social: premiar um filme aclamado pela sua solidez clássica de construção e premiar os dois homens que assim o fizeram - Fincher e Sorkin - equivale a sublinhar o que já todos disseram e a fazer parecer que há alguma relevância em premiar este filme numa cerimónia acima de tudo diplomática, cujos prémios têm o mesmo valor fugaz de um "gosto" (like) no Facebook. Mas resta saber se esta vitória sóbria vai fazer esquecer as convulsões que revelaram, em 2011, a irrelevância dos Globos de Ouro. Respostas em 2012.
Jorge Mourinha (PÚBLICO)  

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Casa de Bernarda Alba - o rescaldo

Foi mais uma peça na minha vida. Desta feita, um grande drama do Garcia Llorca. A minha personagem, a governanta La Poncia, pretendia ser o contraponto da ditadora Bernarda mas sem nunca deixar os seus modos rudes, duros e de alguma maneira pobres.

Foi uma peça muito dura para mim. Desta vez não foi tão fácil nem tão ligeiro como é costume. Foi muito duro para mim conseguir decorar um papel enorme num mês. Foi muito muito duro para mim entrar "a meio" de uma encenação e perder o início - a dramaturgia, os ensaios de leitura, o começo de tudo. Foi muito duro para mim a convivência num grupo que não conhecia. Foi muito duro para mim viver na desorganização e indisciplina sem poder (ou querer) dizer nada. Foi muito duro para mim conseguir conciliar a minha vida profissional, o curso que estou a fazer e esta peça. 

O mais fácil de tudo foi encantar-me com a personagem La Poncia. A composição da personagem deu-me muito gozo. Confesso que, para mim, o mais importante e que dá mais "pica" é mesmo o tempo de estudo e de composição até ao espectáculo, sendo a estreia o ponto alto. Depois disso é só mesmo a decair. 

Gostei muito da encenação e do encenador. É muito bonita a encenação do João Nuno Esteves. Na direcção já não me senti tão bem, nem tão apoiada. Mas talvez assim tivesse sido melhor - tive espaço para criar a minha personagem e imaginar uma La Poncia que me fizesse sentido. Que me lembre nunca vi outra La Poncia, por isso não tenho ponto de comparação, mas talvez tenha sido melhor assim - é a minha personagem e é só minha... pronto!



Muitas vezes me perguntam porque mantenho esta actividade como amadora e porque não tentei ser profissional. Normalmente sorrio e evito a pergunta, porque tenho alguma vergonha na minha resposta. Algumas vezes me passou essa ideia pela cabeça mas sempre a abandonei. Nunca me imaginei a ser uma profissional porque sempre achei que o encanto se iria perder. Sempre pensei que fazê-lo profissionalmente iria ser menos aliciante e tentador e que me daria muito menos gozo. Se tenho que fazer alguma coisa por obrigação, lá se vai metade da piada.

Mas tenho dúvidas sobre isso... mesmo muitas dúvidas. E se tentasse o teatro como profissão? Gosto muito do que faço profissionalmente mas e se gostasse ainda mais de ser actriz profissional? E se não gostasse? E se fosse uma desilusão? E se... ? ? ? ? ? 


Bjs

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O nervoso miudinho

Nestes últimos dias voltei a experimentar aquela sensação maravilhosa de um frio no estomago e de um nervoso miudinho que sei lá...

Como é possível gostar tanto daquele nervoso miudinho antes de entrar em cena? 

Entro, dou dois passos e, como que por magia, o nervoso miudinho desaparece. 

Olho para a plateia e pimba... o nervoso desaparece completamente.

O palco é, de facto, inebriante. ADOROOOOOOOO


Bjs

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Porque não querem que vire à esquerda?

Ontem fui multada. Pois fui. Assim, sem mais nem menos... 


Ora ia eu a caminho do trabalhinho, pelo caminho de sempre e pimba, parada pela psp. Sem me deixarem sequer dizer nadinha, o Sr Bruno Alves da PSP de Queijas (não sei o título hierárquico do Sr) com a maior rudeza e antipatia deste Mundo e arredores disse: "E pára já ali e mais nada!".
Fiquei ali cerca de 10m parada dentro do carro a pensar porque é que teria sido mandada parar; porque é que o Sr psp Bruno Alves estaria tão agastado e teria sido tão antipático e mal-educado.
Quando, depois deste tempo todo se dignaram chegar ao pé de mim para me dizer qualquer coisa, eu já não conseguia dizer nada! Estive parada cerca de 1h30m a ser multada (penso que o Sr psp Bruno Alves tem dificuldade na escrita do Português) e só quando cheguei ao trabalho é que percebi porquê: tinha virado à esquerda e não podia, segundo rezava o papelito. 


Viro há anos à esquerda naquele sitio. Porque é que agora já não se pode? Será um prenúncio? Mau mau 


Aposto que o Sr psp Bruno Alves vota no Cavaco!
Aposto também que já fez os objectivos do mês de Janeiro!


Bjs

domingo, 9 de janeiro de 2011

A Casa de Bernarda Alba 2011




No próximo dia 13 de Janeiro estreia A Casa de Bernarda Alba de Federico García Lorca pelo Teatro Som das Letras.

Estará em cena no Teatroesfera em Massamá nos dias 13 , 14 e 15 às 21.30h e no dia 16h às 16h.


Apareçam.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova !?!?!



Ano Novo, Vida Nova.
É uma frase que se houve todos os anos por esta altura. É muito natural ouvirmos a amigos (e não só) uma lista de objectivos para o novo ano. Quase que nos sentimos constrangidos a ter também objectivos novos no novo ano.
Pois bem, eu não tenho. São os mesmos... sempre os mesmos, nada de novo. E não tenho pena. 


Ano novo, sim. Vida nova, não!


Bjs